Sonic Mania
mal foi anunciado e já está dando o que falar. Com apelo retrô, o game segue a
mesma linha das aventuras clássicas do ouriço presentes no Mega Drive, e será
lançado em 2017 para os consoles atuais e PC.
Certamente, essa notícia deixou muitos
fãs antigos do azulão em estado de euforia. Entretanto, além de voltar às
origens, o novo game também virá carregado de detalhes curiosos, que farão referência
não apenas à franquia Sonic, mas também a outras marcas clássicas da Sega;
confira:
Na tela título, a ilha ao fundo carrega
o formato da cabeça do ouriço.
Logo no início da fase Studiopolis
Zone existe um painel luminoso de neon. Sem
sombra de dúvidas, ele foi inspirado no painel da primeira fase de Streets of
Rage.
O furgão vermelho e branco é uma
clara referência a um dos veículos de Daytona
USA.
Este monitor é nitidamente inspirado
no design do portátil Game Gear, contendo até a mesma logomarca, composta por
três elipses de cores vermelha, verde e azul, respectivamente.
Quando Sonic é atingido, algumas
argolas saltam em direção à tela, assim como acontecia no game Knuckles Chaotix
(32X, 1995).
Esses bumpers são idênticos aos que seriam utilizados em Chaotix.
A máquina “Segasonic Popcorn
Shop” existiu, de fato. Lançada em 1993, apenas no Japão, ela tinha alguns
mini-games com Sonic e Tails e liberava pipoca de verdade.
Em comemoração aos 25 anos de Sonic,
a Sega anunciou na última sexta-feira (22) o novo game do ouriço, Sonic Mania.
Produzido em uma parceria entre a
Sega e o desenvolvedor Christian Whitehead, mais os estúdios Headcannon e
PagodaWest Games, Sonic Mania resgata
o espírito clássico dos primeiros games do azulão.
O jogo apresenta jogabilidade side-scrolling e visuais pixelados que lembram, nos mínimos detalhes, as antigas aventuras
de Sonic no Mega Drive.
Até mesmo algumas fases clássicas, como
a icônica Green Hill Zone, estarão de volta em versões recriadas, misturando-se
com estágios totalmente novos.
Previsto para o primeiro trimestre de
2017, Sonic Mania receberá versões
para Xbox One, PS4 e PC.
Migthy Final Fight foi um dos últimos grandes jogos do NES. Desenvolvido pela Capcom e
lançado em 1993, o título era uma recriação caricata e bem humorada do primeiro
Final Fight.
Aqui os visuais seguem um padrão
cartunesco, com personagens desenhados no estilo super deformed (cabeçudos e
com corpos pequeninos).
Essa estilização acabou sendo uma boa
sacada da Capcom, já que um port fiel ao Final
Fight dos arcades não seria possível no NES, devido às limitações do console,
claro.
Mesmo assim, a
versão em miniatura mantém a mesma essência do jogo original, ou seja, muita pancadaria,
gameplay viciante e a presença ilustre dos protagonistas Cody, Guy e Mike Haggar.
Parte técnica excelente Sem dúvidas, Mighty Final Fight possui um dos melhores gráficos entre os jogos
do NES.
Os sprites dos personagens são muito bem feitos, com destaque para as suas expressões faciais. Durante a pancadaria, eles apresentam um festival de bocas e olhos arregalados, o
que os tornam engraçados e bastante carismáticos.
A inspiração artística da Capcom também
é notada nos cenários. Além de variados, eles oferecem um bom nível de
detalhes, muitos elementos animados e até o famoso parallax - aquele efeito que
simula profundidade, com dois (ou mais) planos de visão movendo-se em
velocidades diferentes.
Vale lembrar que os cenários de Mighty Final Fight não são os mesmos do
jogo original, porém, eles possuem características semelhantes, como ruas
periféricas, ringues clandestinos, bares e por aí vai.
O único detalhe que incomoda um pouco
são os flickers (o pisca-pisca nos gráficos). Isso ocorre porque existe informação demais na tela para o hardware do NES processar - nas versões para emuladores,
algumas ROMs tiveram esse problema corrigido.
O som é caprichadíssimo. Durante
o gameplay, tanto os efeitos sonoros quanto as músicas soam de maneira bastante
agradável. No vídeo abaixo, você confere a trilha do game:
A jogabilidade é outro ponto forte de
Mighty Final Fight. Aqui todos os
comandos funcionam perfeitamente, sem falhas, lentidões ou qualquer tipo de
travamento.
Também vale destacar o sistema de
evolução dos personagens, no qual você acumula pontos de experiência conforme
vai derrotando os inimigos.
Quando a pontuação atinge certos valores, o jogo
libera golpes especiais aos protagonistas: o Guy aplica um chute duplo giratório
(no melhor estilo capoeirista), o Cody solta uma espécie de Hadouken, e o M. Haggar corre
de encontro ao inimigo e dá uma peitada no infeliz – bruto, hein!
Cadê a opção para 2 jogadores?
Uma das coisas mais divertidas do
gênero beat 'em up é o modo para 2 jogadores
simultâneos.
Infelizmente, a Capcom não incluiu
essa possibilidade em Might Final Fight,
o que, de fato, fez muita falta – okay, talvez o modo ficou de fora por causa
das limitações de hardware do console e tal, mas, vale lembrar que pancadaria
em dupla não era algo impossível de se fazer no NES. Tartarugas Ninja mandaram
lembranças, Capcom.
Outro ponto negativo vai para o
sistema de continues. Aqui você volta ao começo das fases quando perde todas as
vidas, o que é frustrante em jogos beat 'em up, já que repetir o
percurso torna o gameplay cansativo, principalmente após o segundo ou terceiro
continue, por exemplo.
A dificuldade é alta e, acredite, os
inimigos comuns são os que dão mais trabalho durante o jogo. Se você bobear,
eles vão te arrancar muitas vidas.
Já os chefões parecem difíceis à
primeira vista, porém, se tornam fáceis depois que você decora os ataques
deles.
A história é aquela velha conhecida
do jogo original: a filha de Mike Haggar, Jessica, é sequestrada pela gangue
Mad Gear. Então, o paizão raivoso sai pelas ruas de Metro City, ao lado dos
briguentos Cody e Guy, socando toda a bandidagem, até encontrar a moça –
resumindo: um verdadeiro clichê dos anos 90. Ótimo, não?
Um beat 'em up de respeito, e ponto
Enfim, mesmo sem um modo para 2
jogadores, Mighty Final Fight é um
game altamente recomendável.
Além da parte técnica impecável, ele
também conta com personagens carismáticos e a fórmula divertida e viciante do
Final Fight original. Se você curte jogos de pancadaria e, por alguma razão,
ainda não conhecia esse aqui, fica a dica: corra logo atrás do jogo!
Mighty Final Fight foi relançado em 2006 para o Game Boy Advance, em uma coletânea chamada Capcom Classics Mini Mix.
Em novembro de 2015, um dos melhores jogos de aventura do
Super NES, Donkey Kong Country 2: Diddy´s
Kong Quest, completou 20 anos.
Revelado em maio de 1995 durante a
Electronic Entertainment Expo (E3), em Los Angeles (EUA), o jogo era a principal
aposta da Nintendo para o final daquele ano. As expectativas para o lançamento
eram enormes, principalmente devido ao sucesso estrondoso do primeiro Donkey
Kong Country.
Com gráficos inacreditáveis para o
SNES, sons de primeira e ótima jogabilidade, DKC havia se tornado a sensação de 1994 – inclusive comercialmente, já que vendeu mais de 8
milhões de cópias logo após o lançamento.
A qualidade e o sucesso do game
fizeram com que a sua desenvolvedora, a inglesa Rare, alcançasse o status de
super softhouse, tornando-se um dos estúdios de maior prestígio daquele
período. Com o moral elevado, a Rare ganhou carta branca da Nintendo para desenvolver o DKC seguinte.
O lançamento norte-americano de
Donkey Kong Country 2 aconteceu em 20 de novembro de 1995.
Continuação ousada
Donkey Kong Country 2 apresentou algumas
mudanças em relação ao seu antecessor, mostrando o quanto a Rare era um estúdio
ousado. Para começar, os caras retiraram o personagem da Nintendo e
protagonista do game anterior, Donkey Kong, e o substituíram por uma criação
própria: a macaquinha Dixie.
Cheia de estilo, Dixie caiu nas
graças do público, formando uma dupla extremamente carismática com Diddy Kong –
o que, no fim, revelava o talento da Rare para inventar personagens marcantes,
já que o Diddy também era uma criação do estúdio.
Outra mudança radical diz respeito à
atmosfera do jogo. Enquanto que o primeiro Donkey era alegre e vibrante, a
continuação trouxe um clima sério e melancólico.
Os cenários contribuíram bastante
para isso, já que em DKC 2 eles apresentaram aspecto decadente, variando entre
pântanos, navios abandonados e calabouços, por exemplo - o que dava um contraste gritante
em relação às paisagens vivas e naturais do jogo anterior.
E para completar a atmosfera única de Donkey Kong
2, é claro que as músicas também ajudaram; e muito...
Trilha sonora memorável
Donkey Kong Country 2 possui uma
trilha inspiradíssima, que dá o tom ideal para a sua temática melancólica e
que, ao mesmo tempo, envolve o jogador em um forte clima de aventura.
Esse
dinamismo fica evidente em diversas faixas, como nas
belíssimas Mining Melancholy, Donkey Kong Rescued e In a Snow-Bound Land - composições que alternam momentos relaxantes com
picos de peso e impacto, resultando assim em uma sonoridade incrível!
Assinadas por David Wise, as
composições alcançaram um grau de adoração fora do comum, ao longo dos anos. Existem
inúmeras homenagens de fãs espalhadas pela internet, sejam elas simples e
descompromissadas, ou produções de alto nível, como os covers do canal Burning Idol, disponibilizados no Youtube:
Entre as homenagens também há o Serious Monkey Business, álbum virtual que apresentou uma releitura da trilha de DKC 2. Lançado em 2010 pelos membros do site ocremix.org, o álbum ficou bastante conhecido, principalmente porque contou com a ajuda do próprio David Wise na produção.
Como se tudo isso não bastasse, as
composições do jogo ainda aparecem em concertos de game music. Tido como um dos
principais, o Video Games Live homenageou DKC 2 no repertório de 2015,
tocando trechos de Stickerbrush Symphony e Lockjaw’s Saga.
Conservando a fórmula de sucesso
Apesar da saída do gorilão Donkey e
da mudança de temática, DKC 2 manteve a mesma estrutura do jogo anterior. As mecânicas
continuaram simples e funcionais, tendo como base os pulos milimétricos e as ações que
exigem reflexos apurados do jogador.
A jogabilidade recebeu alguns pequenos
(e notáveis) ajustes: o game está levemente mais lento do que o primeiro DKC, e
o comando de pulo está menos sensível – a combinação desses fatores deixou os
controles impecáveis!
Quanto aos novos movimentos, vale
destacar o “cabelo-helicóptero” da Dixie (que permite amortecer pulos ou
quedas) e o comando de arremessar o parceiro (que possibilita derrotar inimigos
ou alcançar lugares distantes no cenário).
Novamente os animais auxiliares
marcaram presença. Enquanto que o rinoceronte Rambi, o peixe-espada Enguarde e
o papagaio Squawks retornaram de DKC 1,
a aranha Squitter e a serpente Rattly estrearam no segundo game.
Todos eles cumprem com a função de
carregar os macaquinhos pelos cenários, porém, aqui também é possível se
transformar em cada um dos animais – basta entrar em um barril correspondente e
pronto, está feita a metamorfose!
No total são 8 mundos espalhados pelo
mapa do jogo. Um deles é uma
área secreta, o Lost World, que depois de habilitada leva ao verdadeiro final
do game. Cada mundo comporta diversas fases e um chefão - como em boa parte dos
jogos da Nintendo até hoje.
Certamente, um dos trunfos de DKC 2 é
o design das fases. Ao longo da aventura, percebe-se que a construção dos estágios foi feita de forma minuciosa. Aqui todas as plataformas, itens e inimigos estão posicionados estrategicamente, fazendo com que o jogador se sinta desafiado a todo momento.
Gráficos de ponta
Os visuais de DKC 2 figuravam entre os mais
bonitos de sua época - o que não era nenhuma surpresa, já que eles foram criados em
computadores superpoderosos. O processo foi o mesmo do primeiro DKC, ou seja, todos
os elementos gráficos eram modelados em 3D nesses computadores, e depois
comprimidos para o hardware do Super NES, onde se transformavam em elementos
2D.
O resultado ficava
interessante, pois mesmo tratando-se de gráficos bidimensionais, eles simulavam
o 3D de forma competente.
A essa altura, em
1995, os caras da Rare já tinham adquirido bastante experiência com esta
técnica (além de Donkey Kong Country, eles já haviam adaptado Killer Instinct
para o SNES).
Os requintes visuais apresentados em DKC 2 confirmam a evolução: os cenários incluem efeitos refinados de
transparência e de brilho, além de objetos movendo-se em perspectiva, ao fundo. Quanto aos personagens, eles possuem mais expressões e animações mais fluídas do que no DKC anterior.
De maneira geral,
esses gráficos acabaram dando “fôlego” ao Super NES, contribuindo para que ele batesse de frente (por um curto período, claro) com o PlayStation e o
Sega Saturn, consoles tecnicamente mais poderosos.
Recepção, relançamentos e curiosidades
Donkey Kong Country
2 foi sucesso tanto de público quanto de crítica, com 5.15 milhões de
cópias vendidas e com avaliações positivas pelas principais revistas da época.
“É simplesmente o
melhor game de 16 bits da atualidade. Os gráficos, o som, a jogabilidade, tudo
perfeito. Você olha para o jogo e fica se perguntando: isso é 16 bits?”, concluiu
a análise da Gamers, na edição #7.
A Nintendo Power #79 também
colocou o game nas alturas. “Em uma temporada recheada de jogos fantásticos
para o Super NES, DKC 2 é um verdadeiro destaque”, afirmou.
Abaixo, seguem
algumas notas que o jogo recebeu na época:
Em novembro de 1996,
o terceiro game da série chegou às prateleiras. Com Dixie no papel principal e uma
temática mais alegre, Donkey Kong Country 3: Dixie Kong's Double Trouble encerrava, com chave de ouro, a
trilogia clássica do Super NES.
Gerações depois a
série foi relançada no Game Boy Advance, com o segundo título chegando em 2004.
Apesar de incluir algumas exclusividades, como novos itens colecionáveis,
chefões inéditos e um mapa de jogo com layout reformulado, DKC 2 do portátil
apresentou gráficos ridiculamente simples.
Já as versões
originais do Super NES apareceram, em 2015, na loja virtual da Nintendo, acessível
através do console Wii U.
E para comemorar os
20 anos de DKC 2, o designer do game, Gregg Mayles, publicou em sua conta no Twitter diversos documentos antigos, que
revelam várias curiosidades sobre o jogo; confira:
Enfim...
Uma coisa é certa: mesmo após 20
anos, Donkey Kong Country 2 continua sendo um jogo bastante chamativo. Graças ao talento e à inspiração dos
caras da Rare, o game formou um conjunto bem realizado de gráficos, sons,
jogabilidade e design de fases excelentes.
Tudo isso fez com que a aventura de
Diddy e Dixie Kong se consagrasse, tornando-se uma das maiores e mais queridas
pérolas do Super NES.