Em novembro de 2015, um dos melhores jogos de aventura do
Super NES, Donkey Kong Country 2: Diddy´s
Kong Quest, completou 20 anos.
Revelado em maio de 1995 durante a
Electronic Entertainment Expo (E3), em Los Angeles (EUA), o jogo era a principal
aposta da Nintendo para o final daquele ano. As expectativas para o lançamento
eram enormes, principalmente devido ao sucesso estrondoso do primeiro Donkey
Kong Country.
Com gráficos inacreditáveis para o
SNES, sons de primeira e ótima jogabilidade, DKC havia se tornado a sensação de 1994 – inclusive comercialmente, já que vendeu mais de 8
milhões de cópias logo após o lançamento.
A qualidade e o sucesso do game
fizeram com que a sua desenvolvedora, a inglesa Rare, alcançasse o status de
super softhouse, tornando-se um dos estúdios de maior prestígio daquele
período. Com o moral elevado, a Rare ganhou carta branca da Nintendo para desenvolver o DKC seguinte.
O lançamento norte-americano de
Donkey Kong Country 2 aconteceu em 20 de novembro de 1995.
Continuação ousada
Donkey Kong Country 2 apresentou algumas
mudanças em relação ao seu antecessor, mostrando o quanto a Rare era um estúdio
ousado. Para começar, os caras retiraram o personagem da Nintendo e
protagonista do game anterior, Donkey Kong, e o substituíram por uma criação
própria: a macaquinha Dixie.
Cheia de estilo, Dixie caiu nas
graças do público, formando uma dupla extremamente carismática com Diddy Kong –
o que, no fim, revelava o talento da Rare para inventar personagens marcantes,
já que o Diddy também era uma criação do estúdio.
Outra mudança radical diz respeito à atmosfera do jogo. Enquanto que o primeiro Donkey era alegre e vibrante, a continuação trouxe um clima sério e melancólico.
Os cenários contribuíram bastante
para isso, já que em DKC 2 eles apresentaram aspecto decadente, variando entre
pântanos, navios abandonados e calabouços, por exemplo - o que dava um contraste gritante
em relação às paisagens vivas e naturais do jogo anterior.
E para completar a atmosfera única de Donkey Kong
2, é claro que as músicas também ajudaram; e muito...
Trilha sonora memorável
Donkey Kong Country 2 possui uma
trilha inspiradíssima, que dá o tom ideal para a sua temática melancólica e
que, ao mesmo tempo, envolve o jogador em um forte clima de aventura.
Esse
dinamismo fica evidente em diversas faixas, como nas
belíssimas Mining Melancholy, Donkey Kong Rescued e In a Snow-Bound Land - composições que alternam momentos relaxantes com
picos de peso e impacto, resultando assim em uma sonoridade incrível!
Assinadas por David Wise, as
composições alcançaram um grau de adoração fora do comum, ao longo dos anos.
Existem inúmeras homenagens de fãs espalhadas pela internet, sejam elas simples e descompromissadas, ou produções de alto nível, como os covers do canal Burning Idol, disponibilizados no Youtube:
Existem inúmeras homenagens de fãs espalhadas pela internet, sejam elas simples e descompromissadas, ou produções de alto nível, como os covers do canal Burning Idol, disponibilizados no Youtube:
Entre as homenagens também há o Serious Monkey Business, álbum virtual que apresentou uma releitura da trilha de DKC 2. Lançado em 2010 pelos membros do site ocremix.org, o álbum ficou bastante conhecido, principalmente porque contou com a ajuda do próprio David Wise na produção.
Como se tudo isso não bastasse, as composições do jogo ainda aparecem em concertos de game music. Tido como um dos principais, o Video Games Live homenageou DKC 2 no repertório de 2015, tocando trechos de Stickerbrush Symphony e Lockjaw’s Saga.
Conservando a fórmula de sucesso
Apesar da saída do gorilão Donkey e
da mudança de temática, DKC 2 manteve a mesma estrutura do jogo anterior. As mecânicas
continuaram simples e funcionais, tendo como base os pulos milimétricos e as ações que
exigem reflexos apurados do jogador.
A jogabilidade recebeu alguns pequenos
(e notáveis) ajustes: o game está levemente mais lento do que o primeiro DKC, e
o comando de pulo está menos sensível – a combinação desses fatores deixou os
controles impecáveis!
Quanto aos novos movimentos, vale
destacar o “cabelo-helicóptero” da Dixie (que permite amortecer pulos ou
quedas) e o comando de arremessar o parceiro (que possibilita derrotar inimigos
ou alcançar lugares distantes no cenário).
Novamente os animais auxiliares marcaram presença. Enquanto que o rinoceronte Rambi, o peixe-espada Enguarde e o papagaio Squawks retornaram de DKC 1, a aranha Squitter e a serpente Rattly estrearam no segundo game.
Todos eles cumprem com a função de carregar os macaquinhos pelos cenários, porém, aqui também é possível se transformar em cada um dos animais – basta entrar em um barril correspondente e pronto, está feita a metamorfose!
Novamente os animais auxiliares marcaram presença. Enquanto que o rinoceronte Rambi, o peixe-espada Enguarde e o papagaio Squawks retornaram de DKC 1, a aranha Squitter e a serpente Rattly estrearam no segundo game.
Todos eles cumprem com a função de carregar os macaquinhos pelos cenários, porém, aqui também é possível se transformar em cada um dos animais – basta entrar em um barril correspondente e pronto, está feita a metamorfose!
No total são 8 mundos espalhados pelo
mapa do jogo. Um deles é uma
área secreta, o Lost World, que depois de habilitada leva ao verdadeiro final
do game. Cada mundo comporta diversas fases e um chefão - como em boa parte dos
jogos da Nintendo até hoje.
Certamente, um dos trunfos de DKC 2 é
o design das fases. Ao longo da aventura, percebe-se que a construção dos estágios foi feita de forma minuciosa. Aqui todas as plataformas, itens e inimigos estão posicionados estrategicamente, fazendo com que o jogador se sinta desafiado a todo momento.
Os visuais de DKC 2 figuravam entre os mais
bonitos de sua época - o que não era nenhuma surpresa, já que eles foram criados em
computadores superpoderosos.
O processo foi o mesmo do primeiro DKC, ou seja, todos os elementos gráficos eram modelados em 3D nesses computadores, e depois comprimidos para o hardware do Super NES, onde se transformavam em elementos 2D.
O resultado ficava interessante, pois mesmo tratando-se de gráficos bidimensionais, eles simulavam o 3D de forma competente.
Os requintes visuais apresentados em DKC 2 confirmam a evolução: os cenários incluem efeitos refinados de transparência e de brilho, além de objetos movendo-se em perspectiva, ao fundo. Quanto aos personagens, eles possuem mais expressões e animações mais fluídas do que no DKC anterior.
Enfim...
Tudo isso fez com que a aventura de Diddy e Dixie Kong se consagrasse, tornando-se uma das maiores e mais queridas pérolas do Super NES.
Gráficos de ponta
O processo foi o mesmo do primeiro DKC, ou seja, todos os elementos gráficos eram modelados em 3D nesses computadores, e depois comprimidos para o hardware do Super NES, onde se transformavam em elementos 2D.
O resultado ficava interessante, pois mesmo tratando-se de gráficos bidimensionais, eles simulavam o 3D de forma competente.
A essa altura, em
1995, os caras da Rare já tinham adquirido bastante experiência com esta
técnica (além de Donkey Kong Country, eles já haviam adaptado Killer Instinct
para o SNES).
Os requintes visuais apresentados em DKC 2 confirmam a evolução: os cenários incluem efeitos refinados de transparência e de brilho, além de objetos movendo-se em perspectiva, ao fundo. Quanto aos personagens, eles possuem mais expressões e animações mais fluídas do que no DKC anterior.
De maneira geral,
esses gráficos acabaram dando “fôlego” ao Super NES, contribuindo para que ele batesse de frente (por um curto período, claro) com o PlayStation e o
Sega Saturn, consoles tecnicamente mais poderosos.
Recepção, relançamentos e curiosidades
Donkey Kong Country
2 foi sucesso tanto de público quanto de crítica, com 5.15 milhões de
cópias vendidas e com avaliações positivas pelas principais revistas da época.
“É simplesmente o
melhor game de 16 bits da atualidade. Os gráficos, o som, a jogabilidade, tudo
perfeito. Você olha para o jogo e fica se perguntando: isso é 16 bits?”, concluiu
a análise da Gamers, na edição #7.
A Nintendo Power #79 também
colocou o game nas alturas. “Em uma temporada recheada de jogos fantásticos
para o Super NES, DKC 2 é um verdadeiro destaque”, afirmou.
Abaixo, seguem
algumas notas que o jogo recebeu na época:
Em novembro de 1996,
o terceiro game da série chegou às prateleiras. Com Dixie no papel principal e uma
temática mais alegre, Donkey Kong Country 3: Dixie Kong's Double Trouble encerrava, com chave de ouro, a
trilogia clássica do Super NES.
Gerações depois a
série foi relançada no Game Boy Advance, com o segundo título chegando em 2004.
Apesar de incluir algumas exclusividades, como novos itens colecionáveis,
chefões inéditos e um mapa de jogo com layout reformulado, DKC 2 do portátil
apresentou gráficos ridiculamente simples.
Já as versões
originais do Super NES apareceram, em 2015, na loja virtual da Nintendo, acessível
através do console Wii U.
E para comemorar os
20 anos de DKC 2, o designer do game, Gregg Mayles, publicou em sua conta no Twitter diversos documentos antigos, que
revelam várias curiosidades sobre o jogo; confira:
Enfim...
Uma coisa é certa: mesmo após 20
anos, Donkey Kong Country 2 continua sendo um jogo bastante chamativo. Graças ao talento e à inspiração dos
caras da Rare, o game formou um conjunto bem realizado de gráficos, sons,
jogabilidade e design de fases excelentes.
Tudo isso fez com que a aventura de Diddy e Dixie Kong se consagrasse, tornando-se uma das maiores e mais queridas pérolas do Super NES.
Por Sergio Grecco